quarta-feira, 7 de outubro de 2015

É preciso manter o foco - Final - As mentes By Carla Pepe



É preciso manter o foco - Final - As mentes 
By Carla Pepe


Ele ligou para ela diversas vezes. Não tinha seu endereço. Tudo que sabia sobre ela resumia ao numero do celular, algumas coisas sobre seus projetos de trabalho, o gosto de sua boca e do seu corpo. Também sabia que não conseguia tirar ela do pensamento. Mas ela não respondia suas mensagens, nem atendia seus telefonemas, talvez estivesse viajando novamente. O que ele gostaria é de vê-la de novo. O que ele podia fazer era continuar sua rotina, afinal estava retornando ao trabalho e isso o ajudaria a manter o foco.

No aeroporto, ela voltava de mais uma viagem de trabalho. Tinha tido dias intensos de muitas reuniões e relatórios. O novo projeto andava ocupando mais tempo do que ela imaginava. Por isso, não atendera as ligações dele nem respondera suas mensagens, ela precisava manter o foco no trabalho naquele momento. Estar com ele tinha sido fantástico, mas esse projeto era muito importante. Ela andava se sentindo muito diferente desde que estiveram juntos, como se tudo fosse possível, como se ela fosse uma mulher maravilha. Quando voltasse ao Rio, o procuraria e quem sabe se encontrariam. Mas agora era impossível.

Enfim tinham trocado mensagens e marcado um novo encontro. Ele havia pensado mil vezes em desmarcar. Era loucura seguir com aquilo. Não se conheciam, não sabia o que queria com ela. Nem sabia quem era ela direito. O melhor era inventar um desculpa e desmarcar. O dia tinha sido realmente péssimo: seu joelho doía, o retorno ao trabalho estava sendo difícil, se aborrecera com sua ex-mulher. Por fim, como não conseguira falar com ela decidira manter o compromisso. Dessa vez, marcara de pega-la e iriam direto a um discreto hotel, esperava que conseguissem conversar. Ele não queria pressionar, mas gostaria de saber quais seriam os próximos passos entre eles.

Ela estava, de novo nervosa e pensara, por diversas vezes, em desmarcar. Estava atolada de trabalho e relatórios para entregar. Mas algo a impulsionava para ele, queria muito ver o que era essa química entre eles. Testar de novo como era estar junto dele mesmo com todos os receios que habitavam seu coração. Sabia que não tinha tempo para relacionamentos agora. Queria algo efêmero. Mas, novamente se arrumara com esmero: vestido vermelho com um profundo decote que permitia ver generosamente o colo, lingerie de renda verde escuro com detalhes em preto, sapato dourado, batom rosa, cabelos levemente presos deixando a nuca aparecer. Ela viu o carro dele na esquina e caminhou lentamente em sua direção.

Ele a viu de longe e a prendeu a respiração. O vestido vermelho que ela usava era de matar seu coração. Seu andar lento, sua boca pintada de rosa, seus seios fartos, suas coxas grossas e todas as promessas que ele via naquele corpo lhe enrijeciam. Mas era preciso se segurar, pois ele queria calma naquela noite. Ela entra no carro e quando seus corpos se tocam toda calma exercitada se esvai como que por encanto. Eles se tornam um ali mesmo no carro. A paixão que os consome não tem hora nem lugar. Ela suga-lhe a boca como se quisesse tomar-lhe a mente. Ele lhe pega os cabelos como se quisesse possuir sua alma. E eles se entregam a paixão arrebatadora ali mesmo no carro sem pensar na exposição. Dali vão para um hotel sem que ela soubesse como. E a noite continua com uma urgência de entrega.

Ele a toma por trás e pela frente, por cima e por baixo. Ela o suga como se não houvesse amanhã. Ele se perde naquele corpo volumoso, naquela entrega luxuriante. Ela se perde nos beijos dele e o enlouquece de volupia e prazer. E assim eles desmaiam sem ver a noite e o dia amanhecer. Quando ela se dá conta, o dia já chegou e eles não conversaram sobre nada. Talvez fosse isso que eles tinham. Essa paixão louca que lhe suga o corpo, a mente, o seio. Que lhe possui o ventre, que deixa a mole a coxa. Ela olha mais uma vez para ele deitado na cama e resolve ir embora, quem sabe se falariam novamente e marcariam novos encontros...quem sabe...bom...o amanhã é que revelaria..mas hoje...hoje ela iria descansar.













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