segunda-feira, 2 de novembro de 2015

As amigas - Parte 2 - Carla Pepe

As amigas - Parte 2
By Carla Pepe 

Everaldo ficou uns dias sem ir no mesmo ônibus que as meninas. Juliana deu graças a Deus depois do tal beijo. Tudo bem que não tirava do beijo do pensamento. Os dois tinham uma química, mas seria complicado demais entrar no meio dos interesses de Lorena. Ela não precisava disso neste momento. Já não era uma menina, era uma mulher de 41 anos e não estava afim de disputar história com uma garota de 30 e poucos. Além disso, precisava muito se concentrar na sua pós-graduação para ver se conseguia um emprego melhor, pois queria comprar um apartamento e um carro.

Naquele dia, as meninas vinham animada depois do trabalho ia rolar um Happy Hour num barzinho bem legal e elas já vieram produzidas. Lorena como sempre sexy. Todos a olhavam: linda, gostosa, produzida, vermelha como fogo, pernas longas, saia justa, blusa cropped, maquiagem. Quanto a Juliana, vinha com sua minissaia jeans, blusinha decote V, batom rosa, como pétala de flor. Everaldo as viu entrar e lançou um olhar para Juliana que não passou despercebido a Lorena. A mulher cor de fogo logo sentou perto do rapaz e puxou conversa roçando os seios no braço do rapaz. Ele respirou fundo. A outra menina sentou longe. Lorena rapidamente pegou Juliana e colocou Everaldo entre as duas. Afe Maria!!! O homem suava frio. Nem uma janela por perto para livra-lo do sofrimento. E o pior, a outra era gordinha, e aí a bunda roçava em seu quadril. Uma por cima e outra por baixo. O que um homem podia fazer numa hora dessas? Ele tentava se concentrar na música do seu celular, mas a mais alta não deixava.

Depois de quase duas horas daquela tortura, Everaldo levanta para descer, Lorena levanta junto e chama o rapaz para ir ao Happy Hour hoje às 18h ali mesmo nos Arcos da Lapa. O rapaz tenta inventar uma desculpa, mas a mulher é insistente e ele também não é homem de fugir assim de mulher. Ela tira um papel do bolso de traz da saia com seu número de celular . Detalhe a calça era tão apertada que nem ele sabia como o papel coube ali e nem em que horas ela tinha anotado aquele telefone.

No caminho sozinha para o trabalho, Lorena ficou pensando no lampejo de olhares que tinha visto entre o rapaz e Juliana. A gordinha andava mais quieta do que de costume. Ela já tinha percebido isso. Será que tinha interesse no rapaz?  E será que o rapaz preferia a amiga?  Ela, Lorena, era linda. Elas eram amigas e ela sabia que não haveria disputa entre as duas. Tinha que admitir que ela nem se sentia tão atraída assim pelo cara. Na verdade, era a dificuldade que ele apresentava a atraia. Mas seria interessante colocar lenha na fogueira e ver quem ganharia a parada.

Na hora do Happy Hour, Everaldo nem sabia o que estava fazendo ali. O beijo com Juliana o tinha feito ficar pensando em algo a mais. Um  hotel, seios, pernas, coxas, a boca. Umas saídas, umas noites de sexo sem grandes expectativas. No entanto, hoje no ônibus, ficar entre as duas, despertou suas fantasias. As duas e um noite inteira.

Foi difícil se concentrar no trabalho e, por isso, decidira ir ao tal barzinho. Lá chegando viu logo mais alta das amigas. Ela acenou e veio direto em sua direção. Eles ficavam praticamente da mesma altura. Ela chegou perto e sem que ele esperasse, lhe tascou um beijo molhado de gloss. Um beijo na boca desses que parece que vai entrar corpo adentro. Ela logo colou seu corpo no do rapaz, pegou a bunda dele, apertou e ele novamente respirou fundo. Parecia que estava numa dança sensual e que iriam sair dali direto para um quarto. Jesus!

Mas a moça, que não era boba nem nada, logo largou o rapaz e foi para mesa esperar a amiga chegar. Afinal se queria uma disputa ou uma certa emoção, não podia entregar as cartas logo de cara. Tinha que ver como estavam os peões no jogo de tabuleiro. E Juliana já estava atrasada.

Quando a outra mulher entra, Everaldo começa a suar frio, como seria agora? Se ela também lhe beijasse como seria? O que ele faria? E ele preocupado em falar com a gordinha para umas noites de sexo. A situação era muito pior. Se ficar a vermelha pegava, mas se correr a perdia a gordinha, pois ela acharia que estava indo embora por causa dela. E ele nem sabia que música estava tocando no danado do bar. O que ele sabia, desde o início, é que aquelas meninas eram complicação na certa.








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