sábado, 12 de dezembro de 2015

Aracy - Carla Pepe

Aracy
By Carla Pepe

Ela o admirava à distância sempre que ele passava por ela nas idas à casa da D. Rosinha para fazer faxina. Ela passava e ficava olhando para ele de rabo de olho na padaria/vendinha que ele trabalhava. Ele tinha uns braços e umas mãos que ela sonhava que a pegasse de jeito. Quando isso acontecia, acordava, se resolvia bem sozinha e tomava um banho. Mas que toda vez, que passava por ali, se contorcia para mirar o cabra.

Zé já tinha percebido os olhares de Aracy para cima dele, mas ele não queria complicação. Não tinha tempo nem dinheiro para gastar com mulher. Quando a coisa apertava, ele resolvia a situação, com sua amiga de muito tempo. Eles não tinham problema entre eles e tudo já era meio acertado, sem cobranças ou queixas. Contudo, a morena mexia com ele. Ele sabia que eram os seios fartos nas blusas de alcinhas, os shortinhos, as coxas grossas, o corpo volumoso, a bunda grande. Nossa, só de pensar ele ficava rígido. No entanto, ela era encrenca. Era mulher de compromisso. E ele só podia oferecer lascívia, muita luxúria.

Naquele dia, ela precisou entrar na vendinha para comprar pão para o lanche da noite e eles acabaram se esbarrando. Ela estava recém-saída do banho, com uma de suas blusas de alça, seus shortinhos e cheirosa. Ele conseguia ver a mínima calcinha marcada no short apertado. Como uma mulher daquele tamanho poderia usar uma calcinha tão pequena? Mulher danada!!! E o sutiã rendado? Dava para ver tudo naquele decote. Será que ela não via isso? O melhor mesmo era servir logo a morena e deixa-la seguir seu caminho.

Aracy resolveu ser ousada e não perder mais tempo, virou para Zé e falou: "quer tomar uma cerveja comigo? Pode ser no boteco do Sr. Manolo ou lá em casa mesmo?". Ele ficou mudo diante da coragem da mulher. E agora:? Para evitar comentários maldosos, resolveu dizer a ela que passaria na casa dela para a cerveja no final do expediente. Aracy animada com a resposta resolve ir para casa preparar algo, dar uma ajeitada nas coisas, especialmente na cama. Afinal, o rapaz não sabia o que ela pretendia. Não queria compromisso com ele. Queria cama, libertinagem, sexo a noite toda. Tinha cansado de ser boa moça. Já passara da fase disso.

Zé estava com a cabeça doendo de tanto pensar se ia na casa da morena ou não. No final, julgara melhor ir até até lá, afinal seria falta de educação deixa-la esperando nem que fosse para comunicar que não poderia ficar. Contudo, ao beber o primeiro copo da geladíssima cerveja oferecida pela voluptuosa morena ele percebeu que estava perdido, nem que fosse por um noite. A mulher estava cheirosa, decotava, pernas brilhantes, boca pintada de batom, a casa numa certa penumbra. Ele quase perguntou se faltava dinheiro para pagar a conta, mas achou melhor manter calada a boca. Tudo no ambiente levava Zé a pensar na morena espalhada na cama, sentada em cima dele, por cima, por baixo. E ele ficando enrijecido.

Aracy percebe a tensão no ar e o enrijecimento de Zé, por dentro está feliz de causa tal reação no homem afinal como leva-lo para cama se o cabra não sentisse atração por ela? Não iria amarra-lo e trepar a força. Logo, já estava a meio caminho andado. Agora, era dar o primeiro passo. Todavia, quis o destino chacoalhar os planos de Aracy e ela tropeça no tapete da sala, indo parar direto no colo de Zé, ficando encharcada de cerveja. Zé fica lívido, pois seu cérebro imediatamente vislumbra a morena nua tomando banho.

Ele não se contém e beija a morena com sofreguidão sendo logo correspondido com uma querência por ela. As mãos dele percorrem o corpo dela e demoram-se nos seios fartos, apertam, seduzem, nossa era tudo que ele havia imaginado. As pernas dela cruzam os quadris dele e ele enlouquece. Que mulher era aquela. Sem demorar muito, eles estão no quarto, nus, na cama de Aracy. Aquele corpo volumoso completamente submetido ao sexo, ao prazer era muito mais do que ele esperava. Nunca tinha tido uma mulher como aquela que experimentava sem frescura, sem freio, sem pose. Foram posições: de quatro, de joelhos, sentada. Sua boca saboreava cada parte do corpo dele indo até o limite do prazer. A noite foi uma criança para os dois amantes que degustavam pela primeira vez um do outro.

E no amanhecer, ele ficou esperando a coleta da mulher que parecia querer compromisso. Tal sua surpresa, quando ela lhe serviu uma caneca de café e lhe disse que fosse logo antes que a cidade começasse a acordar, pois não queria que lhe vissem saindo da casa dela. Afinal, não queria convenção ou tratado, pois seu corpo, sua casa eram seus e de mais ninguém. Mas sempre que ele quisesse uma boa noite de prazer, a porta estaria entreaberta.

Zé aceitou o café, vestiu a roupa e saiu chutando as pedrinhas pelo caminho, pensando que já tinha vislumbrado a casa, o final de tarde, o compromisso, quase o casamento. E tudo que a mulher queria, era seu corpo...Aff.mulher traiçoeira!!! Amanhã, ele voltaria com outra cerveja!!!







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