quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Lu - Carla Pepe



Lu 
By Carla Pepe 

Lucimara era empregada de uma casa na zona sul da cidade, todo dia enfrentava um trânsito infernal para ir ao trabalho. Levantava antes do sol sair, pegava trem-metro-ônibus para chegar na casa dos patrões. Trabalhava até o sol se pôr e voltava para sua casa. Mas ela era uma mulher que tinha sempre um sorriso no rosto, um olha sincero e mãos sempre dispostas a ajudar quem precisasse. Nordestina, sempre que podia enviava um dinheirinho para mainha e painho, que já estavam bem velhinhos. Não tinha família aqui. Morava só na sua casinha. Nos finais de semana, gostava de bebericar sua cervejinha e escutar o samba da sua escola preferida. Sentia falta de uma companhia, mas as vezes estava tão cansada que nem percebia o tamanho da sua beleza.

Juarez já tinha visto Lucimara no samba várias vezes, mas ela nem olhava para os lados. A morena era farta nas coxas, na bunda, nos seios. E como sambava gostoso, com a bunda empinada,enquanto bebia sua cerveja. Ela era uma belezura, dessas calejadas da vida. Ele gostava disso, das belezas áridas, que tinham mais do que a superficialidade, que prometiam noites quentes de sexo em que nada seria simples nem previsto. Juarez era um homem complexo, sabia que não era bonito, mas gostava de si mesmo. Tinha inteligência e gostava das coisas boas da vida, inclusive da morena que vinha ao samba todo final de semana.

Naquela sexta feira, Lucimara chegou chateada no samba, seus patrões lhe tinham tratado muito mal. Não era porque era empregada que não era gente. Até o cachorro da casa era melhor tratado do que ela. Aff. Estava cansada dessa vida. Mas naquela noite queria apenas esquecer a sofrência do cotidiano. Sambou até não poder mais. Juarez veio chegando, ela já tinha notado o homem, gostava dele. De vez em quando, eles conversavam. O cabra era bom de papo, inteligente que só. Tinha um corpo com carne para pegar, ela gostava de homem com cérebro, corpo era o de menos. Na cama, tudo se ajeitava. Não tinha frescura, de magro ou gordo. Gostava de homem-macho, que chegava junto e a pegasse de jeito, lhe deixando com as pernas bambas no final do ato.

Juarez nem acreditou que a morena estivesse lhe dando assunto. Já tinham conversado outras vezes, mas naquele dia o papo estava fluindo mais tempo do que normal. E a morena estava lhe dando mole, ele quase estava se beliscando. No final do samba, na hora de ir embora, ele sugere leva-la até em casa, ela então diz na lata: "o que tu acha de irmos a um lugar para ficar mais a vontade?". Juarez nem acreditou na ousadia da morena. Quase ficou sem palavras. Mas claro que disse sim e levou a morena para o melhor quarto do motel mais próximo.

Eles entraram já se beijando com urgência. Juarez pegava nos seios de Lucimara com vontade, deixando a morena pegando fogo. Ela pegou logo no membro do rapaz levando a boca. A mulher sugava que era uma loucura, devagar e rápido, numa cadência quase do melhor samba. E assim foram eles a noite. A imagem da morena de quatro era uma verdadeira obra dos deuses. Ele quase benzeu agradecendo a noite cheia com roliça Lucimara. Noite de quentura. Ela rebolava e queria mais. Ela lhe sugava até o talo e queria mais. Ele lhe rendia as devidas homenagens, até uma espanhola foi possível com a mulher.

No final, ambos apagaram do prazer. Quando ele acordou, a morena já tinha ido. Na cabeceira da cama, um bilhete: "obrigada pela noite de paixão e prazer Juarez. Teremos outras. A conta está paga. Um beijo, Lu."

E lá foi ela rebolando para casa aliviada do estresse fazer seu serviço, agora ia deixar sua casinha um brinco. A noite tinha sido um rebuliço só. Juarez era bom demais. Haveria repeteco. Só não gostava que lhe pagassem as contas, mas ele se acostumaria. Se lhe quisesse, haveria de se acostumar.










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